terça-feira, 9 de setembro de 2008

FNE desvaloriza descida de chumbos no ensino básico e secundário

A Federação Nacional dos Sindicatos de Professores (FNE) desvalorizou hoje os dados que apontam para a descida da taxa de chumbos no ensino básico e secundário, considerando mais preocupante o insucesso nas transições de ciclo.Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, afirmou que os dados do Ministério da Educação, que indicam que a taxa de chumbos no ensino básico e secundário atingiu este ano o valor mais baixo da última década, não chegam a ser “uma boa notícia”.“Não tive acesso ainda a todos os dados mas para a FNE o mais preocupante é o aumento dos níveis de insucesso na transição de ciclo”, disse.De acordo com os dados a que a Lusa teve acesso, no ano lectivo 2007/08 a melhoria de resultados verificou-se em todos os níveis de ensino, com os números da retenção a descerem até ais 22,4 por cento no secundário (menos 3,5 pontos percentuais do que no ano anterior) e achegarem aos 8,3 por cento no básico (menos 2,5 por cento).A análise dos dados permite ainda concluir que a transição entre ciclos de ensino constitui sempre um momento mais delicado para os estudantes, com os chumbos a aumentarem invariavelmente.Do primeiro para o segundo ciclo, por exemplo, a taxa de retenção quase duplica (dos 4,6 por cento no 4º ano para os 8,4 por cento no 5º), o mesmo acontecendo na transição para o terceiro ciclo, quando os chumbos atingem os 17,8 por cento no 7º ano de escolaridade.“Daquilo que fica dos números e numa primeira apreciação genérica o que é preocupante é que quando a escola tem de certificar que o aluno adquiriu um conjunto de conhecimentos e competências que permitem transitar de ciclo os resultados escolares pioraram”, afirmou.
No entender de João Dias da Silva, estes dados resultam da insuficiência de mecanismos no sistema educativo de combate ao insucesso escolar.“Mais uma vez a FNE volta a referir que há um conjunto de aspectos que devem ser considerados para promover o sucesso escolar, nomeadamente no que diz respeito à dimensão das turmas, aos espaços onde as aulas decorrem e aos recursos humanos”, salientou. Lisboa, 09 Set (Lusa) - DD/JPB

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